domingo, 23 de setembro de 2018

9 anos depois...

Voltar a este meu blog mais de dez anos depois é como dar uma espiada na minha mente de então. Mais solta, menos refém dos liames da lógica, da linguagem, mais criativa até, mas também mais confusa. Teria sido interessante ter continuado a escrever; imagino que a escrita criativa teria me ajudado a organizar minha mente de uma forma menos rígida, pouco a pouco, mas também pode ser que não... Eu estava às voltas com os segredos do universo, e a escolha do nome do blog era o início de uma especulação sobre a relação entre a linguagem da máquina e a linguagem que constrói o universo. Estou com um novo blog agora, que reflete a história de como eu cheguei a reorganizar minha mente: http://www.surteiedai.com.br . Por causa de outros compromissos (estou no último semestre do curso de Psicologia), não tenho escrito lá há algum tempo, e ainda não cheguei a divulgar o blog direito. Mas aqui eu de repente me sinto mais livre para escrever sem compromisso, porque o outro blog tem toda uma proposta voltada para o leitor, e nesse aqui eu sou minha única leitora. Lá também (kkkkkk), mas tenho a expectativa de mudar isso. Zerinhooooouuuum! Mas teria que ser par ou ímpar: especulações malucas sobre os mistérios do universo (blog Zerinhoouum) ou depoimentos e reflexões sobre loucura e lucidez (blog Surtei, e daí?. Mas esse é um pensamento excludente e não inclusivo. A lógica inclusiva é um argumento contra minha ideia maluca de que o universo seria regido por uma espécie de jogo de zerinho ou um. O que me faz lembrar de outro forte contra-argumento à ideia de que a forma como se criam/decidem as coisas no universo é uma espécie de jogo, de Einstein: "Deus não joga dados"! São três horas da manhã e eu tenho que voltar para a cama, mas algo me convida a continuar a escrever. Eu me pergunto se é uma intuição ou uma obsessão. Sondo meu interior e, para confirmar, consulto o Minutos de sabedoria, de C. Torres Pastorino. Conclusão: é mais uma obsessão que uma intuição. Quero ficar craque em distinguir entre essas duas coisas, para que cada passo meu seja inspirado!

domingo, 24 de maio de 2009

Eu e a gaivota ou Minha mensagem

Tenho urgência de dizer o que vim dizer, mas não tenho pressa. Se ao final me faço compreender, estarei contente. Vim dizer que algo me chama. Acho que é uma música e isso me lembra muitas pessoas que amei e amo, e os da rua, sempre. Talvez essa música seja a própria vida.
Maria me pede o Mundo e acrescenta: o jornal. Amo quem me faz rir.
Às vezes, em algumas partes, há um grito de raiva ou de dor, queria aplacar essa dor, porque nada tem a ver com a música que escuto. Vou até a janela e aceno à senhora que grita, eu poderia escutá-la, eu poderia beijá-la. Logo chega outra senhora e as duas começam a caminhar juntas. Há que fazer que as pessoas se encontrem. Apenas no encontro se faz a música da vida.
Também eu busco o encontro. De onde vem esse chamado? Não sou eu quem chamo, pois que alguém me chamou antes, eu apenas respondo. De onde venho? Volto à minha terra e daí posso ser a gaivota, o leão, a formiga, o menino que passa. Na minha terra sou eu a sonhar todos os seres. Mas apenas desperto quando me dou conta de que alguém me sonha a mim.
Um homem que encontro no metrô me pergunta onde vivo. Pergunto se viver é dormir. Ele me responde que sim mas não sei se compreende o sentido que tiro. Tem algum sentido: minha terra, minha casa a levo dentro de mim. Meu corpo é o barco com o qual navego. Sou onde estou e sou mais além.
Quando estarei contente? Quando me faça compreender pela pessoa com quem falo. Falo sozinha, mas me responde uma gaivota. Imagino sua canção:
Estarei feliz quando possa ensinar
O sentimento que me faz viver
É o mesmo que me faz
Não temer a morte
Já lhe deram nome
E se chama amor
Busco o espaço para minha voz, para minhas palavras na harmonia que se faz. Busco mais que tudo a harmonia, e às vezes me vou para longe para não desafinar ninguém. Me desconecto dessa rede de sonhos entrelaçados e vou até a minha terra, que a levo dentro. Quando estou aí, nessa terra incrível, alguém me chama. A arte é a vida? O trabalho é a vida?
Tenho vontade de buscar a vida, que me chama. Que Trabalho é esse para o qual nasci?

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Cada escolha uma amarra. Mas de nada adianta deixar de escolher para manter-me livre... ou talvez adiante.
“Escolha!” – parece dizer-me o destino.
Vou acabar fazendo um desatino.
Pode minar minhas forças, destino!
Contigo não faço trato
Pra sair bem no retrato.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Jesus e a realidade

A realidade – que, autorizados pela etimologia, podemos chamar ‘coisidade’ – é a substância e o processo da coisa. A coisa é o objeto por excelência. Na realidade todos somos coisas, objetos da Criação.
Mas quis o homem distinguir-se, ou assim o quis a Natureza ou Deus. O homem é uma coisa específica, que – paradoxo dos paradoxos – encontra-se em uma posição diametralmente oposta à coisa, ao objeto. Isso nos leva a que o homem não existe na realidade, pois que a realidade é constituída exclusivamente de coisas. O homem é a abertura do sistema, por onde ele (o sistema da realidade) é gerado, já que nenhuma geração ou criação é possível em um sistema fechado (o que, por sinal, não existe).
O verdadeiro homem é, assim, instrumento da criação divina. É ele quem me diz se está tudo bem e posso investir ou se devo buscar outras águas. Ele é o caminho cujas sendas sempre me desafiam. Com ele aprendo alegria e seriedade. Ele é a Palavra viva de Deus, de quem eu aprendo.
Deus e o homem são uma só e mesma coisa em Jesus Cristo. Não quero mover-me por ganas de sair e sim por ganas de entrar. Adentrar a Realidade é meu maior sonho. Que eu possa fazê-lo com consciência e com o coração manso e puro é a minha prece.

domingo, 12 de abril de 2009

Eu e o tempo ou Mestre de si mesmo

Ser mestre de si mesmo… Não sei se é possível. Seria preciso enganar o tempo, mas não se engana o tempo: é ele que corta a carne em rusgas; com o tempo, as rugas são estradas que o amor desenha na gente. O tempo é um dragão a quem é preciso dar combate se acaso se quer fazer história. O ódio é o amor encarcerado nas profundezas. E talvez seja melhor dançar com o tempo que pelear com ele.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

A palavra da Palavra

A palavra da Palavra viva de Deus chegou até nós. Pra todo dia, toda hora, cada segundo, só Deus mesmo, porque todo o resto é transitório. “O pão nosso de cada dia nos dai hoje.”